94 - PEIXE ZEBRA, PAULISTINHA OU DÂNIO - ESTUDADO PELA CIÊNCIA PELO SEU PODER DE REGENERAÇÃO! E TAMBÉM NO TRATAMENTO DO CÂNCER!.

31/01/2016 20:48

Hoje vamos falar de um peixe que tem centenas de estudo de mestrado e doutorado no mundo todo e é pesquisado pelos maiores centros de pesquisa do mundo, o Peixe Zebra, também chamado de Paulistinha ou Dânio.

 

A partir da alta capacidade de regeneração de partes do corpo amputados nos peixes zebra, cientistas e médicos estão cada vez mais interessados em entender como se processa o mecanismo de auto-regeneração. A aplicação à medicina humana em cirurgias e correções motoras, numa primeira fase, e no futuro, em construções de órgãos vitais são alguns dos exemplos que podem ser dados neste processo revolucionário. Entre os principias pesquisadores desta espécie está Kenneth Poss, biólogo celular do Centro Médico da Universidade Duke, Carolina do Norte (EUA).

Há algum tempo que alguns animais têm despertado ao Professor a ânsia científica. O interesse do próprio é desvendar seus mistérios e aplicá-los a saúde humana. Esta capacidade de regeneração que alguns peixes e anfíbios tem, mas que os mamíferos não possuem, levou o peixe-zebra ser o principal objeto de trabalho em suas pesquisas.

A insuficiência cardíaca, a enfermidade de Alzheimer e as lesões da medula espinal, são resultados de algum tipo de dano nos tecidos e a muito que se procuram as mais variadas soluções de terapia e cura. Kenneth Poss e sua equipe estão canalizando atenções sobre o coração e as barbatanas destes peixes. Há seis anos atrás, numa reunião de especialistas, o número de pôsteres relacionando regeneração e peixe-zebra era de apenas três. No presente ano este número atingiu os cinqüenta pôsteres, o que mostra a dimensão da aplicabilidade à doenças humanas. Outros vertebrados, como as salamandras podem regenerar os membros amputados, porém quando se estuda o coração, o peixe-zebra parece exibir uma resposta regenerativa mais robusta e isso se torna claro no número de publicações que é referida tal espécie.     Os pesquisadores fizeram uso de pequenas tesouras para extrair aproximadamente 20% do ventrículo do peixe. O local da incisão se fechou muito depressa com coágulos de glóbulos vermelhos. Durante os seguintes dois meses, estes coágulos foram reemplantados gradualmente com células novas e funcionais de músculo cardíaco. O novo tecido do coração ficou exatamente igual a um tecido normal.

Ainda nos EUA, o peixe-zebra tem sido útil para desenvolver novos tratamentos contra o câncer. Pela semelhança ao código genético humano uma equipe multidisciplinar do Instituto de Câncer Dana-Farber, da Universidade de Harvard e do Hospital de Crianças de Boston tem usado o peixe-zebra no estudo da leucemia. Este peixe é um modelo de relevância em estudos clínicos por desenvolver uma série de tumores semelhantes aos do homem e possuir aproximadamente o mesmo número de genes que os humanos.

Thomas Look, do Instituto de Câncer Dana-Farber, pesquisa a identificação dos genes que desempenham papéis-chave na leucemia e com isso sua equipe desenvolve trabalhos na descoberta de agentes de tratamento contra a doença. Até ao momento sabe-se que o gene Myc é super-ativo em vários tipos de câncer e supõe-se que uma em cada sete mortes provocadas por câncer e de sua responsabilidade. A complexidade da pesquisa é que esse gene, tal como muitos outros, nunca atuam de forma independente.     A terapia genética estimulou os peixes a adquirirem a leucemia, sendo que o pretendido era que o gene chave se expressasse de forma super-ativa. Por sua vez este gene “super expresso” foi fundido a outros dois; ao gene Myc e a outro gene que se torna verde sob luz fosforescente - assim é possível percorrer os caminhos desse conjunto de genes que são injetados em peixes-zebra ainda em fase embrionária. O câncer se desenvolveu em praticamente todos os peixes que carregaram o gene combinado gerando resultados que foram publicados na revista Science.  

O Peixe-zebra

O peixe-zebra, também conhecido popularmente como paulistinha, chamado assim por suas cinco listras laterais, e conhecido cientificamente como Danio rerio, pode regenerar seus órgãos e tecidos. Peixe tropical pertencente à família Cyprinidae é muito comum em aquários e em pesquisa científica. Considerado um peixe de boa resistência, seu preço acessível o permitiu tornar-se popular em todo mundo. Originário da Índia, pode atingir os 6 cm e viver até aos 5 anos. Para título de curiosidade existe um Laboratório chamado de “Peixe Zebra”, pertencente a Universidade de Aveiro, Portugal. Mais detalhes sobre a espécie também podem ser encontrados no The Danio rerio Sequencing Project, fundado pelo National Human Genome Research Institute.

 

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